quarta-feira, 20 de março de 2013

Lc 20. 9-18 – Uma pedra no caminho...



                Jesus após entrar em Jerusalém, passa a ensinar as pessoas. Isto era muito comum, se as pessoas desejassem emcontrar Jesus, provavelmente o encontrariam no pátio do templo. E lá, perante as pessoas que o ouviam, ele contou uma história que parecia absurda:

9 — Certo homem fez uma plantação de uvas, arrendou-a para uns lavradores e depois foi viajar, ficando fora por muito tempo
            Certo, isso era algo até normal. Um senhor de terras plantou vinhas e decidiu viajar. Antes, deixou alguns trabalhadores contratados para cuidar desta plantação. O evangelista acrescenta o detalhe que o patrão ficou fora muito tempo.

10 Quando chegou o tempo da colheita, ele mandou um empregado para receber a sua parte. Mas os lavradores bateram nele e o mandaram de volta sem nada. 11 O dono mandou outro empregado, mas eles também bateram nele, depois o trataram de modo vergonhoso e o mandaram de volta sem nada. 12 Então ele enviou um terceiro empregado, mas os lavradores também bateram nele e o expulsaram.

Normalmente o tempo para a primeira colheita era de cinco anos. Então depois de cinco anos ele foi receber o que era seu de direito. Por isso enviou seus funcionários, os profetas. Está claro que o dono da vinha é o próprio Deus, que a vinha é o povo de Israel, que os trabalhadores são os líderes religiosos, responsáveis por cuidar da fé deste povo, para podar os galhos no tempo e do jeito certo, para preparar a terra, para proteger das tempestades, para levantar os galhos caídos... Mas estes empregados não haviam feito o que deviam.
            Quando os profetas foram enviados por Deus, estes trabalhadores os receberam como lixo. Uns sofreram violência física. Foram atacados em seus corpos, em sua saúde. Outros profetas foram atacados também, além de serem envergonhados, humilhados, perseguidos. E ainda outros profetas foram atacados, humilhados e expulsos, de mãos vazias, sem que as pessoas ouvissem a palavra que estavam pregando.
            Queridos irmãos, o ponto aqui não é tanto como os profetas foram tratados, mas sim em como o dono da vinha foi paciente! Hoje em dia se uma pessoa aluga uma casa, e não recebe o aluguel, ela chama a polícia, entra na justiça e faz valer o seu direito! Mas Deus foi misericordioso com estas pessoas, mais de uma vez enviou mensageiros, pregando arrependimento, mudança de coração. Mas sem resultado.
            Então, Jesus diz que o dono da vinha fez algo surpreendente:
13 Aí o dono da plantação pensou: “O que vou fazer? Já sei: vou mandar o meu filho querido. Tenho certeza de que vão respeitá-lo.” 14 — Mas, quando os lavradores viram o filho, disseram: “Este é o filho do dono; ele vai herdar a plantação. Vamos matá-lo, e a plantação será nossa.” 15 — Então eles jogaram o filho para fora da plantação e o mataram.
Meu filho eles vão  respeitar! Será que eles ousarão me afrontar de maneira tão vil, maltratando o meu filho? Não só maltrataram como o mataram! E vejam que pensamento absurdo levou aqueles homens a matarem o herdeiro do dono:  Vamos matá-lo, e a plantação será nossa.” Desde quando matar o herdeiro faz com que o assassino ganhe suas posses!? Aqueles trabalhadores estavam tão mergulhados no pecado, que quando colocaram a cabeça para fora do mar de lodo e nojeira do pecado, não perceberam que seus olhos ainda estavam cheios desta sujeira. Eles não se deram conta da grande besteira que estavam fazendo! Eles não distinguiram o certo do errado!
            Mas mais uma vez cabe lembrar que, ao primeiro ato de vilência contra o mensageiro, contra o profeta, em qualquer lugar do mundo, seria exigida uma vinganá imediata, um castigo. Mas Deus perdoou os inúmeros crimes que seu povo fez contra ele. Agora, diante da morte do seu próprio filho, Jesus faz uma pergunta a quem o ouve:

— E, agora, o que é que o dono da plantação vai fazer? 16 Ele virá, matará aqueles homens e dará a plantação a outros lavradores.
O que é que Deus vai fazer? Vai fazer justiça. Vai fazer o que é correto, vai dar a vinha a outros trabalhadores. É por isso que hoje o povo de Deus não se resume a um país, mas sim a um povo, espalhado pelo mundo inteiro. Este povo, estes novos trabalhadores, é a própria igreja cristã, que anuncia o amor paciente de Deus, que anuncia o perdão dos pecados que Deus está estendendo ao mundo, que espera com ansiedade o retorno do dono da plantação.
Deus tem sido misericordioso com todos nós, nos dando bênçãos, paz, alegria, oportunidade de arrependimento e perdão. Mas fiquem certos que este tempo vai terminar também. E que tipo de trabalho na vinha a igreja terá feito? O trabalho de expulsar os mensageiros do Senhor? De trata-los mal? De abandoná-los em suas necessidades? De ignorar o fato de que o próprio Deus morreu em nossas mãos? As pessoas que ouviam Jesus ainda não tinham entendido de quem Jesus falava e exclamaram:
— Que Deus não permita que isso aconteça!
Mas ele falava justamente deles! De homens religiosos por fora mas mortos por dentro. Seguidores de uma religião externa que falava bem do Messias, mas somente quando ele era uma profecia, eles não queriam ver o messias caminhando entre eles.
17 Mas Jesus olhou bem para eles e disse:— As  Escrituras Sagradas afirmam: “A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas.”18 Quem cair em cima dessa pedra ficará em pedaços. E, se a pedra cair sobre alguém, essa pessoa vai virar pó.
Jesus fitou a eles. Encarou-os. E falou da pedra mais importante de uma construção. Falou da pedra mais importante da fé cristã. Estar sobre esta pedra significa vitória e não estar sobre ela significa derrota. Cair sobre esta pedra tem o sentido de tropeçar. Ficar debaixo da pedra tem o sentido de ser julgado por ela. Mas o que é esta pedra? Qual é esta pedra?

Cristo veio ao mundo para resgatar a todos os seres humanos, que estavam mergulhados no pecado, na imundície, sem perdão e sem vida. Ele, o filho de Deus, tomou sobre si todas as nossas culpas e as levou para o túmulo, pagando uma dívida que para nós, era impagável. Mas ele não foi vencido pela morte e pelos pecados, mas ressuscitou, mostrando seu poder. Agora, ele vive e reina eternamente, sobre todas as coisas. Ele é o grande vencedor, é a ele que todos os povos se dobrarão. A ele nenhum inimigo pode resistir. E em seu amor, sua mão está estendida para a humanidade, para que se arrependam dos seus pecados e creiam nele.
Esta verdade é a pedra fundamental. Creia nela e terá a vida verdadeira.

terça-feira, 12 de março de 2013

Lc 15. 11-32 – Qual retrato pintar?



Queridos irmãos, um pastor chamado David Martin Loiyd escreveu o seguinte:
Não há  parábola  ou  discurso  de  nosso  Senhor  que  seja  tão conhecido  e  tão  popular  como  a  parábola  do  filho  pródigo. Nenhuma outra  parábola  é  citada  com  mais  freqüência  em discussões  religiosas,  ou  mais  usada  para  apoiar  várias teorias  ou  controvérsias  em  relação  a  este  assunto.  E é verdadeiramente  espantoso  e  admirável  quando  observamos as  inumeráveis  formas  em  que  ela  é  usada,  e  a  infinita variedade de conclusões a que  afirmam que  ela leva...ela  é  usada  para  provar  toda  espécie  de  teorias  e idéias opostas.  É  bastante  claro,  portanto,  que  a parábola  pode  facilmente  ser  manipulada  ou  mal interpretada.
            A parábola do filho pródigo é uma das mais conhecidas no mundo todo. Se nós fôssemos artistas e desejássemos pintar um quadro sobre esta história, que imagem faríamos? Do Filho arrependido?  Do pai? Do filho gastando sua herança? Do filho mais velho? Para que fosse possível decidir, precisaríamos compreender do que Jesus está falando ao nos contar estas palavras. Ele está falando do filho gastador? Do seu arrependimento? Do pai? Do filho mais velho?

      11 — Um homem tinha dois filhos. 12 Certo dia o mais moço disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança.” 13 (Então), ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha.
Por direito, o filho mais novo tinha direito a um terço da herança. mas pedí-la significava que ele não desejava mais viver com seu pai, com sua família. Ele fez uma escolha, ele queria viver a vida do seu próprio jeito, Ele desejou a liberdade para aproveitar o que a vida tinha “de melhor”: farra, festas, mulheres. O pai atende o pedido e o jovem juntou o que pode e partiu para um lugar distante, onde ele poderia fazer o que quisesse, longe do olhar do pai. Em meio ao pecado ele desperdiçou tudo o que havia ganho com mulheres e festas.
Quantos jovens tem pintado o retrato das suas vidas assim? Quantos jovens tem ignorado os conselhos e palavras dos seus pais, vivendo de acordo com suas próprias vontades, perdendo sua juventude, seus dons e seus bens? Este é o quadro que pintaríamos?

14 — O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade. 15 (Então foi) tratar dos porcos. 16 Ali, com fome, ele tinha vontade de comer o que os porcos comiam... 17 Caindo em si, ele pensou:... 18 Vou voltar para a casa do meu pai e dizer: ‘Pai,... 19 não mereço mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.’ ” 20

Aqueles que pareciam seus amigos, não o ajudaram. Quando veio o tempo da fome, ninguém estava ao seu lado. Finalmente, este jovem é forçado a procurar trabalho. E encontra naquilo que seria a coisa mais imunda para fazer: cuidar de porcos. Em Israel não haviam criadores de porcos, pois a imundície era algo insuperável para os judeus. Era impensável um judeu verdadeiro ter ou criar porcos. E este jovem, no entanto, tem inveja dos porcos, porque eles tem o que comer, enquanto ele passa fome. A que ponto ele chegou! A que ponto ele foi levado por sua tolice! E no meio da sua mais profunda decadência ele se lembra do seu pai e seus trabalhadores: eles tinham o que comer. Caindo em si, ele reconhece seu erro, reconhece que falhou com seu pai, mas ele não tem mais pra onde ir. Ele chega a ensaiar uma fala para o momento em que encontrasse seu pai. Ele parte de volta pra casa pronto para pedir trabalho! Não perdão, mas sim trabalho. Este jovem se considera indigno de pedir e receber perdão!
Quantos homens e mulheres tem pintado os seus quadros hoje em dia desta forma: reconhecendo os seus pecados, sabendo o quão grande eles são a ponto de não saberem se tem perdão do Pai celestial! mas e qual é a resposta do pai na parábola?

— Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. ...correu, e o abraçou, e beijou. 21 E o filho disse: “Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!” 22 — Mas o pai ordenou aos empregados: “Depressa! Tragam a melhor roupa... Ponham um anel... e sandálias... 23  ...Vamos começar a festejar 24 porque este meu filho estava morto e viveu de novo...”

Ele vê o seu filho chegando e faz o que um pai amoroso faria: corre para encontrá-lo ao longe; o abraça, o beija, dá ordens para que este filho seja bem recebido de volta. Ele não se importa com a impureza tirual do filho, não se importa por onde ele andou, o que fez, não se importa em como ele o maltratou quando foi embora. Este pai da parábola simplesmente o ama e fica feliz por tê-lo de volta. Ao mandar que dessem roupas, sandálias e um anel, ele mostra que o filho voltou para o lugar de honra de onde não deveria ter saído. O jovem começa a falar as suas palavras ensaiadas, mas o pai não o deixa terminar! É seu filho que voltou!
E quando o pai diz que este filho estava morto, é porque ele estava morto sim, verdadeiramente morto espiritualmente. Havia caminhado para longe de seu pai.  É claro qeu Jesus está falando do Pai celestial e dos filhos que se afastam dele. E longe de Deus, só resta a morte. Jesus diz (João 5. 24): Quem ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou tem a vida eterna... já passou da morte para a vida.” A verdadeira morte só ocorre quando a alma é perdida. E este jovem estava morte mas foi reviveu.
E uma grande festa tem início.
Diante de tantas brigas familiares entre pais e filhos, marido e mulher, irmãos, quantos estão pintando este quadro para as suas vidas: um quadro de perdão, de alegria pela reconciliação? Infelizmente muitos têm deixado esta parte de lado em suas vidas, estamos todos carentes de perdão, de perdoar e de sermos perdoados. Mas o centro da parábola ainda não é este perdão que estendemos um ao outro. A história continua com o outro filho:

25 — Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança. 26 “O que é que está acontecendo?” 27 “O seu irmão voltou para casa...” 28 — O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora... 29 Mas ele respondeu: “Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. 30 Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!”
Ele está indignado com seu pai. Ele pensa que seu irmão não merecia a festa! Ele sim! Ele estava trabalhando no campo, como sempre fazia, cuidando de sua família, estando perto do pai. A música, a festa deviam ser para ele.
Amados, este é um outro filho que se afastou do seu pai! Este estava afastado do pai sem ter saído de casa. Ele não entendia de verdade qual era o desejo de seu pai. Ele não entendia porque seu pai havia dado uma festa para aquele que ele nem quer chamar de irmão, ele chama de “esse seu filho”...
Será que nós agiríamos diferente? Qual seria nossa reação se fosse nosso irmão que tivesse gastado tudo, que tivesse dado tamanha tristeza? Perdão? Assim tão fácil? Não.

31 — Então o pai respondeu: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. 32 Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado.”
“Meu filho!” “Minha criança!” O pai responde com ternura, com afeto a este filho. “Era preciso”, quer dizer, não havia outro modo de ser. Esta festa é para mostrar nossa alegria por seu irmão que estava morto, mas reviveu.
Será que este seria o quadro principal a ser pintado por nós? Do filho mais velho?
Meus queridos irmãos, nenhum de nós seria capaz de estender o perdão tão verdadeiro e sincero como aquele pai fez. Somente em Deus nós temos o perdão, e festa, e alegria, e até mesmo honra! Esta parábola nos mostra com certeza que não é o filho pródigo o centro; não é do filho gastando seu dinheiro com meretrizes, com pilhas de dinheiro em mesas de jogo, ou seminu cuidando de porcos, ou mesmo de joelhos arrependido, nem um quadro do filho mais velho. Este quadro é de outra pessoa:
Em uma galeria da Inglaterra (Sutherland) está o quadro mais famoso desta passagem bíblica: nele aparece um jovem pálido, quase morto, desgrenhado, sujo, extremamente magro, recebendo o abraço do seu pai. Esta parábola é sobre o pai que perdoa. Esta história é para sabermos que Deus realmente perdoa.

Lc 13. 31-35 – O que é preciso?



O que uma cidade precisa ter? O que é que realmente uma cidade tem? Estas perguntas parecem iguais, mas na verdade t6em uma diferença fundamental.
                Em uma grande parte do evangelho de Lucas, acompanhamos um das viagens de jesus a Jerusalém, quando Jesus decidiu que havia chegado a hora de se cumprirem as escrituras. Isto percebemos no versículo 22: Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém.” E durante esta viagem,  passando por diversas regiões, entrou na região governada por Herodes, chamado de Tetrarca.

31 Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram: — Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo.
            Porque Herodes queria matar Jesus? Ele estava somente de passagem! O que ele havia feito para ser alvo da ira do governante? Na verdade, nada além de anunciar a Palavra de Deus, realizar curas e ensinar o povo. Então porque a atitude assassina de Herodes?
            Este Herodes era o mesmo que havia assassinado João Batista a pouco tempo. E muitos discípulos de João passaram a seguir a Jesus. A autoridade que o povo atribuía a João passou a ser direcionada a Jesus. Herodes era conhecido por sua violência e quando viu crescer a pessoa e Palavra de Jesus entre o povo, teve medo. Ele não queria um concorrente para disputar o governo, para dominar as pessoas. Por isso talvez, desejasse matar a Jesus como matou João Batista.
            Provavelmente ele enviou os fariseus que falaram com Jesus. Assim como Herodes, estes fariseus tinham o seu “naco” de poder, de influência sobre o povo, e eles também não queriam perder isto. Os líderes judeus e o líder romano, aparentes inimigos trabalhando juntos para defender seus interesses pessoais. Pareceu comum? Atual?

32 Jesus respondeu: — Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: “Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho.”
A raposa é conhecida como um animal astuto, de pensamento rápido e ardiloso. Mas também era conhecido como um animal sem importância, ignorado. Ao chamar Herodes de raposa, Jesus estava ciente das maquinações de Herodes, e como podemos perceber, apesar de todas estas maquinações e planos, a obra de Deus precisava e seria realizada. O destino do filho de Deus haveria de terminar na cruz, em Jerusalém, não antes nem depois. Sua caminhada estava traçada e não seria Herodes quem iria interromper.
Jesus estava realizando tudo o que era necessário fazer, revelando seu poder, seu amor, e demonstrando saber exatamente quanto tempo sua obra duraria. Quando ele afirma que no terceiro dia terminaria o seu trabalho estava testemunhando que a duração desta caminhada terminaria em breve, que o tempo era curto. A sequencia do texto nos confirma esta intenção:
33 E Jesus continuou: — Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.
Isso dá a ideia de um ciclo completo, algo que está programado para acabar. Portanto, ele não desistiria de seguir em frente por causa de ameaças. Sua obra era maior, seu amor, mais importante.
E a partir deste momento, Jesus passa a fazer um lamento, um desabafo sobre a cidade de Jerusalém. Com tristeza em suas palavras, Jesus aponta para a cidade que é a capital do povo escolhido pelo próprio Deus e afirma que esta cidade, o seu povo, haviam rejeitado o amor de Deus, havia rejeitado o ministério de Jesus e agora haveria de ser abandonada.
É como se Jesus estivesse dizendo: Não serei expulso da Galiléia pela força de ameaças. Mas continuarei trabalhando até chegar a hora! Fiquem tranquilos, líderes e príncipes! Não vou demorar para eu ter de enfrentar a sorte que cabe aos profetas, e não vai ser aqui. Enfrentarei meu destino no lugar apropriado.
34 — Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! 35 Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: “Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!”

Este lamento transparece uma imensa tristeza, de um pai que é rejeitado pelos seus filhos, apesar de tudo o que faz por eles. Demonstra que o amor de Deus foi extendido inúmeras vezes sobre Jerusalém, mas em todas, foi rejeitado. A imagem da galinha que protege os filhotes do perigo nos lembra que Deus sempre esteve pronto a sacrificar-se pelos seus filhos, mas eles não quiseram este amor.
            O que uma cidade precisa ter? Antigamente se dizia que uma cidade tinha que ter um bar, uma igreja e um salão de festas. Hoje podemos dizer que uma cidade precisaria ter muitas outras coisas.
            Mas o que as cidades de hoje realmente têm é dor, violência, é maldade, é poluição, drogas, brigas, e tantas outras coisas que não são nada agradáveis. É assim que nós também estamos dentro de nossas cidades, dentro de nossos próprios lares. Pois a verdade é que, em nosso pecado, também rejeitamos o amor de Deus, rejeitamos Jesus.
Deus não se desvia do seu caminho para resgatar a humanidade perdida e condenada, mesmo quando ela se afasta dele. Não desiste, mas segue até completar a obra. Tristeza e dor estão presentes no caminho, até desânimo. Mas ele continua chamando: Eu quero abraçar vocês meus filhos! Eu quero proteger vocês, meus amados. Eu estou a ponto de me sacrificar por vocês, meus pequenos.”
O que será que Jesus diria se hoje estivesse diante da nossa cidade: Amados, como é bom estarmos todos reunidos, entrem e façam parte desta grande festa que preparei para vocês!
Ou: Coronel, Coronel, quantas vezes tentei reunir vocês comigo! Quantas vezes chamei vocês para serem meus discípulos, e vocês me rejeitaram!
Não sei a resposta. Sei que Deus nos envia para anunciar o seu amor. falar da sua vitória, anunciar o seu perdão. E muitas vezes não temos ido. Temos medo. Como se esta obra dependesse de nós.
Neste período de quaresma, de reconhecer os erros, de pedir perdão a Deus pelas vezes em que falhamos como seus filhos, vale a pena lembrarmos que somente o mor de Deus pode nos resgatar, o amor revelado em toda a obra de Cristo, que lutou contra ameaças, contra maus líderes, tomou o pecado de todo o mundo sobre si e seguiu até o fim por amor.
As cidades precisam de mais Jesus! Que Deus nos guie nesta obra. Amém.