terça-feira, 17 de maio de 2011

Pedras no Caminho

5 Dom de Páscoa – 2011

Sl 146; At 6. 1-7, 51-60; 1Pe 2. 1-10; Jo 14. 1-14
Pedras no Caminho
            Amados irmãos em Cristo,
           
Muitas vezes as pedras são citadas na Bíblia, com vários significados. Ás vezes com simbolismos, ás vezes não.
            Alguns exemplos: Na visão de Nabucodonozor, a qual Daniel interpreta, uma pedra cai e destrói uma grande estátua de barro, ferro, prata, bronze, ouro, e a despedaça completamente; nos altares levantados pelos servos de Deus no Antigo Testamento, como por exemplo Elias, onde um touro foi queimado completamente por Deus; a pedra que Jacó toma por travesseiro, na noite em que vê uma escada aberta para o céu; ou as pedras utilizadas nos apedrejamentos; a pedra em que Moisés, irritado, bate o seu cajado. E até mesmo nas palavras do Senhor Jesus, quando, entrando em Jerusalém, é interpelado por alguns fariseus, pedindo que Jesus mandasse as pessoas parar de cantar “Bendito o que vem em nome do Senhor”, ao que Jesus responde: “Eu afirmo a vocês que, se eles se calarem as pedras gritarão!” Lc 19. 40.  Estes são alguns poucos exemplos das muitas e muitas vezes que a Bíblia fala de pedras.
Nos textos bíblicos para hoje, as pedras também recebem destaque, especialmente nas leituras do Novo Testamento.
Em Atos, com o crescimento da igreja, os apóstolos se vêem forçados a escolher pessoas para ajudarem no trabalho cristão, para que eles possam dedicar-se à oração e o anúncio da Palavra. Entre um dos escolhidos está Estevão, um homem muito abençoado  por Deus, cheio de poder, que fazia grandes maravilhas e milagres entre o povo, conforme At 6.8. Este homem realiza uma bela pregação, mostrando como Deus agira no meio do povo de Israel e como este povo havia rejeitado o Senhor, perseguindo os seus profetas e matando-os. Mas o coração endurecido dos seus perseguidores fez com que eles o arrastassem para fora da cidade e, cheios de raiva, o matassem. Mesmo ali, diante da sua morte, este servo do Senhor, sentindo o peso das pedras em seu próprio corpo, quebrando os seus ossos, pede: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!”
No texto da segunda carta de Pedro, o apóstolo fala da pedra que os seres humanos rejeitaram, a pedra viva que Deus escolheu como sendo a pedra principal. Por meio desta pedra, que é Jesus, o alicerce seguro para todas as tormentas, temos vida e salvação. E o templo espiritual que é a Igreja, construído pelo próprio Deus sobre esta pedra, prevalecerá sempre contra todos os adversários. E Deus nos diz que  “essa pedra é de muito valor para vocês, os que crêem. Mas para os que não crêem, a pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas”. E “esta é a pedra em que as pessoas vão tropeçar, a rocha que vai fazê-los cair”. 2Pe 2. 7-8.
Quantas pessoas tropeçam na palavra de Deus, mas não crêem no que ela diz? Quantas pessoas andam por este mundo fazendo todo tipo de maldade, mas acreditam que com algumas boas atitudes conseguem pagar o seu débito diante de Deus? Quantos estão espalhados neste mundo vivendo como se nada houvesse além do que vêem? Quando forem defrontados com a pedra viva, que é Jesus, eles certamente cairão, porque Deus assim diz.
E quanto a nós? Quantas vezes preenchemos nosso caminho com pedras que não são a pedra principal? Será que em nosso dia a dia não retiramos Deus, retiramos a sua palavra, as suas verdades e promessas, e preenchemos o nosso coração com pedras que pensamos ser importantes, mas na verdade não são? Quando somos desonestos, quando ofendemos, quando preferimos o vício que maltrata nosso corpo e nossa mente? E quando retiramos de Deus o lugar que lhe pertence, em nosso coração? Assim deixamos a pedra viva de lado para sermos pedras de tropeço para nós mesmos e para o nosso próximo. Uma palavra ríspida cheia de rancor dita em casa; um trabalho feito cheio de preguiça; o tempo que deixamos de dedicar para nossa família; por estarmos mais preocupados com o jogo de futebol são exemplos de como nos tornamos pedras de tropeço todos os dias.
E quando nossos joelhos já doem de tanto cair por causa dos próprios tropeços, Deus se revela ainda mais um Deus de amor. É quando tropeça que uma criança percebe que precisa da mão firme do seu pai para o segurar. E Deus nos toma pela mão e caminha conosco no caminho para o céu. Ele é quem nos guia e nos faz dar passos confiantes, é Ele quem abre um caminho que atravessa até mesmo a escuridão mais densa e nos leva à vida eterna. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” Jo 14.6.  Quando o caminho é feito em terra mole, ou areia, o pé afunda, o carro atola, e precisamos ser puxados para continuar. O caminho que Jesus abriu para nós está firme nele, a rocha, a pedra viva. Pois a pedra (sem simbolismo!) mais importante da Bíblia já foi retirada e o túmulo está aberto!
Agora podemos olhar para Jesus como a pedra viva lembrando que esta pedra não é algo imóvel, mas como nosso Pai celestial que nos carrega em seus braços fortes, nos dando a confiança de que ele sempre fará o que for necessário por nós.
Amados irmãos, os braços do Senhor Jesus sempre envolverão o vosso coração e a vossa vida, pois contra a Pedra Viva, nosso Salvador, e quem estiver nela, nenhum inimigo prevalecerá. Amém.

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