sexta-feira, 12 de agosto de 2011

9 Dom de pentecostes - Sl 67; Is 56. 1-8; Rm 11. 28-32; Mt 15. 21-28


Deus, nosso Pai

No dia dos pais, não poderia ser diferente, precisamos lembrar dos nossos pais: aqueles que nos abençoaram, aqueles que brincaram conosco, aqueles que nos ensinaram, aqueles que nos educaram, choraram conosco. É preciso lembrar destas pessoas que Deus colocou em nossas vidas por um motivo determinado. Muitos dos pais de vocês já se foram, já passaram desta vida, nos deixando saudades. Outros pais estão distantes de vocês hoje, por muitos motivos, talvez por trabalho, talvez porque seus pais não vivam mais juntos, ou talvez ele esteja perto fisicamente, mas afastado em espírito, de coração. Destes pais nós precisamos lembrar hoje. E ver neles o rosto de Deus.

                Quando Deus fala, o mundo inteiro ouve, e treme diante das suas Palavras: Filhos, obedeçam seus pais... Pais, não irritem seus filhos... está escrito, mas não simplesmente obedecer por obedecer, mas porque “o que vocês fizerem, façam de todo o coração como se estivessem servindo o Senhor...” Colossenses 3. 20-22. É assim que o texto bíblico termina. Porque assim servimos ao Senhor.

                Quantas atrocidades têm batido nas portas das nossas casas! Quanta maldade tem rondado os nossos lares! Quanta educação errada tem sido inculcada em nossas crianças! Tem sido dito que bater é necessário, aprender, nem tanto... Tem sido dito que ser gay é normal, até bonitinho, ser cristão é “quadrado”, é ser antigo. Não podemos nos enganar pensando que estas palavras estão longe dos nossos lares, pois não estão. No entanto, precisamos lembrar que isto não é novidade alguma, como quase nada da humanidade é novo, mas reinventado. E sabem qual é o maior motivo para tantos adolescentes andarem por estes caminhos? Abandono.

                Na maioria das vezes eles se sentem abandonados por aqueles que deveriam protegê-los, que deveriam ser seus companheiros. Abandonados dentro da própria casa, abandonados na mesa, abandonados em frente à TV, abandonados na escola como se a responsabilidade fosse só dos professores.
               
                O que vocês querem para os seus filhos? O que vocês desejam que aconteça com eles? O que vocês querem que eles tenham? Sem dúvida são perguntas importantes e precisam ser feitas. Nenhum pai deixa de se preocupar com o futuro dos seus filhos, por menor que seja essa preocupação.

                Talvez as respostas de vocês precisem ser analisadas agora. Se você respondeu que deseja que seu filho seja bem sucedido, parabéns, esta é uma preocupação válida e importante. E por causa deste desejo tenho quase certeza de que você pai, mãe, vão fazer todo o necessário para que ele tenha condições de alcançar seu objetivo. Parabéns.
                Talvez sua resposta tenha sido no sentido de que ele seja uma boa pessoa, amada por todos, educada, respeitosa, que cuide da sua família. Parabéns, pois esta também é uma boa preocupação. E você vai querer ensinar estes valores, de honra, respeito, dignidade, amor, principalmente por meio das suas atitudes. Parabéns.
                Pai, mãe, você tem feito isto? Vocês desejam o melhor para os seus filhos, mas agem de acordo com este desejo? Agem de acordo com os princípios que querem que eles sigam? É claro que muitas vezes não. É claro que como pais cristãos temos falhado em testemunho, em amor, em educação. Mas ainda não é este o ponto principal que precisa ser lembrado hoje.
                Talvez a sua resposta não tenha sido nenhuma das duas anteriores, mas sim de que você deseja que seu filho tenha fé, participe da igreja, seja salvo pelo sangue de Jesus... Parabéns, esta é uma boa preocupação, mas,... como temos demonstrado isto? Será que os filhos de hoje conhecem a grandeza do amor de Deus através da vida dos seus pais, ou ouviram falar na internet? Eles aprendem a louvar a Deus, agradecer, orar a Ele ou tem aprendido palavrões, e falar mal? Eles aprendem a amar Deus ou ter medo dele? Eles aprendem a estar com Ele ou a zombar dele?
                Como pais, como mães, nós temos falhado. Falhado onde não poderíamos falhar.
Quando a Bíblia fala de Pai, ela está na maioria das vezes referindo-se a Deus, o verdadeiro e perfeito Pai.  Em todas as suas ações ele mostra o quanto ama os seus filhos, Ele não deseja somente estar com eles, mas quer que seus filhos verdadeiramente lhe pertençam, e paga por isso. Paga o preço mais alto de todos. Paga com seu sangue. E quando seus próprios filhos o rejeitam, Ele não desiste. Ele não fica raivoso. Ele vai buscá-los e abraçá-los, sem nenhuma condição, sem nenhuma tarefa ou castigo, quando Deus encontra e traz de volta seus filhos para debaixo das suas asas, Ele simplesmente os abraça de novo.
Diz o apóstolo: “Porque Deus fez com que todos se tornassem prisioneiros da desobediência a fim de mostrar misericórdia a todos.” Rm 11. 32. Ou seja, quando todos estavam perdidos e afastados do Pai, Ele nos chamou de volta e nos chamou de filhos. No livro de Isaías, os estrangeiros,aqueles que não pertenciam ao povo de Israel são chamados por Deus de filhos. Ele diz: “...eu os levarei ao meu  monte santo, e vocês ficarão felizes na minha casa de oração. Eu aceitarei os sacrifícios e as ofertas que vocês apresentarem no meu altar. Pois a minha casa será chamada de ‘Casa de Oração’ para todos os povos.” Is 56. 6-7 É isso que Deus faz, chama a todos para si mesmo e os abençoa chamando de ‘filho’, os leva para sua casa, os faz comer em sua mesa, alimenta, guarda, sustenta, protege, defende, sara, anima a todos os que são seus. Como prometeu que faria, como sempre desejou fazer.
No evangelho não vemos um pai, mas sim uma mãe que está destroçada pelo desespero de ver sua filha dominada por um espírito maligno. Ela grita, ela chora, ela implora, ela não tem vergonha da humilhação, mas, movida pelo amor que sente, joga-se aos pés do Senhor Jesus. Quando confrontada, ela afirma contentar-se com as migalhas de promessa, pois tinha certeza que naquelas migalhas estava o amor de Deus por ela também e por sua filha. Em Cristo, temos a certeza do amor divino, um amor que nunca nos abandona, mas preenche a vida de pais e filhos. Ele vê a dor daquela mãe, e age em favor dela. Ele vê a dor das mães de todos os tempos, ele vê a agonia, a tristeza e tem compaixão delas, age em favor delas. Ele vê a dor dos pais, quando afastados dos filhos, quando brigados com os filhos, Ele vê a dor dos filhos, abandonados pelos pais, e age em favor deles. Porque Ele ama. Por que Ele é Pai. Nosso Pai.

O que você quer para o seu filho? Seja ele jovem ou velho, o que você deseja para eles? Sabe o que Deus deseja para você? Ele diz: “Eu lhe darei uma coisa melhor do que filhos e filhas. Eu farei com que o seu nome seja escrito no meu Templo, e ele fará parte do meu povo para sempre; o seu nome nunca será esquecido.” Is 56.5.  Existe uma canção que diz: “Vou olhar em teus olhos, vou jogar-me em teus braços, e como criança me gira no ar. Este é o instante que espero, este é o momento que eu mais quero, a hora de te encontrar.” Se Deus lhe concede a bênção de estar com teus filhos, faça como Ele faz conosco, olhe em seus olhos, gire ele, abrace ele, e faça ele entender o quanto você o ama e principalmente, o quanto Deus o ama.
EG

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