sábado, 10 de setembro de 2011

Sl 103. 1-12; Gn 50. 15-21; Rm 14. 1-12; Mt 18. 21-35 – 13 Pentecostes - egon


O preço do perdão
                Amados, muitos de vocês devem lembrar que a algum tempo atrás era muito comum aquela propaganda de um cartão de crédito que terminava dizendo: Não tem preço! Realmente, muitas das coisas que eram mostradas, dinheiro algum poderia comprar. Como cristãos, conhecemos muitas coisas que não podem ser compradas, nem conquistadas, nem merecidas. Meditando nos textos bíblicos para este final de semana, podemos dizer que “ser perdoado por Deus e ganhar a vida eterna – não tem preço.”

                Este preço é o assunto de toda a Palavra de Deus, este preço é o centro de toda a Bíblia: Deus o nosso Pai deseja estar reconciliado com seus filhos, deseja acalmar os seus corações, deseja viver com eles em eterna justiça e bem-aventurança, como escreve Lutero na explicação do segundo artigo do Credo Apostólico, e para que isto aconteça, Deus precisava pagar um preço. Quando o era humano afastou-se do seu Criador, era necessário que o perdão divino agisse neste mundo, para que a vontade celestial fosse feita novamente. Era necessário que o ser humano encontrasse perdão. O preço deste perdão era muito elevado, tão alto que mesmo que um homem dedicasse sua vida inteira a alcançá-lo, ele não conseguiria. Mesmo que esta pessoa buscasse em tudo realizar boas coisas para merecer o perdão, ainda assim ele não mereceria. Era necessário que o próprio Deus perdoasse. E como a sua vontade era ter seus filhos em seus braços, ele assim o faz. Perdoa. Pagando o preço exigido pelo perdão.

                E com a bênção do Pai, podemos viver este perdão dia após dia.
                Vivemos o perdão divino em nossos relacionamentos familiares, quando temos inúmeras oportunidades de perdoar aquele que levantou a voz, perdoar aquele que pegou algo que não era dele, perdoar pelas falhas e pecados que são cometidos e acabam atingindo as pessoas que mais amamos. Perdoar verdadeiramente, e não um simples “fingir esquecer”. Perdoar a ponto de dizer “eu te perdôo”, perdoar a ponto de verter lágrimas. Perdoar como José perdoou.
                Aquele homem havia sido excluído pelos irmãos por seguir sempre o que era correto. Quando não parecia ter como piorar o relacionamento, seus irmãos o vendem como escravo. Queriam se ver livres de José. Quando José tem a faca e o queijo na mão para castigar seus irmãos, ele cuida deles, e cuida do seu pai Jacó. No texto de Gn 50. 15-21, os irmãos de José ficam com medo quando Jacó morre, pois acreditam que José só cuidou deles até agora por causa do pai, e agora Jacó estava morto. Eles chega a José e pedem: “Perdoa a nossa maldade, pois somos servos do Deus do seu pai.” Gn 50. 17. Eles não entendem José. Não entendem que o perdão é maior do que a raiva. Não entendem porque José chora. Não entendem que o que eles tinham feito, Deus havia transformado em bem. José respondeu: “Não tenham medo, eu não posso me colocar no lugar de Deus. É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para... salvar a vida de muita gente. Não tenham medo. Eu cuidarei de vocês e dos seus filhos.” Gn 50. 19-20.
                O amor de Deus transformou aquela família e o desejo do Pai é que a nossa família também seja transformada.
                Como cristãos podemos viver o perdão em nossos relacionamentos como igreja, como povo de Deus. Quando nos importamos com nosso irmão na fé, quando percebemos que não está reunido com os outros há muitos dias e o procuramos, quando perdoamos palavras e atitudes que são contra a nossa vontade, quando nos preocupamos em fortalecer a fé mútua, com coisas muitas vezes simples, quando temos cuidado para criar escândalo no coração do irmão mais fraco na fé. Certa vez, um irmão disse que não gostava que o altar fosse afastado da parede e, quando um pastor chegou naquela igreja, ele logo afastou o altar e começou a realizar os cultos de frente para a congregação. Aquele irmão nunca mais voltou para o culto e quando o pastor foi para outro local, na primeira oportunidade que teve, aquele irmão colocou o altar de volta encostado na parede. E voltou para os cultos. Será que não seria muito mais importante estar na presença de Deus? Não houve perdão e reconciliação nem na pessoa do irmão nem na pessoa do pastor.
                Quando o apóstolo escreve aos Romanos “Aceitem entre vocês quem é fraco na fé sem criticar as opiniões dessa pessoa. Por exemplo, algumas pessoas crêem que podem comer de tudo, mas quem é fraco na fé come somente verduras e legumes.” Rm 14.1-2. Ele está dizendo que se o irmão se sente bem comendo carne, tudo bem, se ele se sente bem comendo verdura, tudo bem. Se ele só come peixe, tudo bem, se ele se sente bem comendo carne de cordeiro na Sexta Feira Santa, tudo bem. O importante é que tudo seja feito em amor para com Deus. “Se vivemos é para o Senhor que vivemos, se morremos, também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor.” Rm 14. 8. Perdoados pelo Senhor, nós vivemos e morremos. Perdoados, perdoamos.

                Quando você entra em um templo para ouvir a mensagem de Cristo, tudo o que você ouve é que Deus pagou o preço mais alto de todos, Ele deu a sua vida para que você tivesse perdão. Este perdão, Deus coloca nas suas mãos todos os cultos:
                 - Através do batismo, que te lava e te concede uma nova vida com o Espírito Santo;
                 - Através da Confissão dos Pecados, onde Deus te declara perdoado;
                - Na Santa Ceia, onde aprendemos que o que recebemos do corpo e sangue de Jesus é perdão, vida e salvação. Pois onde há perdão, há também vida e salvação.
               
                O texto do evangelho nos mostra um servo que devia uma dívida impagável. Mas o rei perdoou aquela dívida. Se agimos como o servo, que mesmo sendo perdoado não soube perdoar migalhas, então nós tiramos a glória que é de Deus. Nossos olhos precisam estar atentos para o que Deus fez em nós, por nós. Ele perdoou uma dívida impagável. Em Cristo, nos declarou justos.
                E não. Não é verdade que o perdão não tem preço. Teve preço sim. O mais alto de todos. Por causa do seu amor por você, Jesus pagou o preço que era devido.
Agora você está perdoado dos seus pecados! Em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
EG

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