sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sl 32. 1-7; Ez 33.7-9; Rm 13. 1-10; Mt 18. 1-20 – 12º de pentecostes – egon

Os braços do Pai continuam abertos para seus filhos!

   
Amados irmãos, o sentido de amar e amor tem sido banalizados atualmente. Se um menino beija uma menina, ele diz que está amando. Temos visto casamentos “por amor” durarem meses. Embora não pareça, amar não é brincadeira, nem é fácil. Quando a Bíblia nos fala em amor, ela sempre toma como exemplo o amor que Deus demonstra por seus filhos, mas também fala do amor uns pelos outros. Vejamos a epístola que ouvimos hoje: “A única dívida que vocês devem ter é amar uns aos outros. Quem ama os outros está obedecendo à Lei... Quem ama os outros não faz mal a eles.” Rm 13. 8 e 10.
                Mas em um mundo que distorce tanto o sentido das palavras, já não sabemos nem o que significa amor, quanto mais amar o próximo. Se a Palavra de Deus nos diz para amarmos, perguntamos de volta: Como?
                Deus, que é deus misericordioso, que não abandona os seus filhos, responde dizendo: “Porque Deus amou o mundo de tal forma...” Mas retornamos a pergunta, indagando: Como posso amar como Deus ama? E a resposta é: Não podemos! Quando Deus demonstra o seu amor através do sacrifício de Jesus, compreendemos que este amor não pode ser igualado, não pode ser imitado, e por mais que o mundo inteiro se esforce em amar perfeitamente, jamais chegaremos a uma ínfima fração do amor que Deus tem e demonstrou por nós.
                Este amor está expresso em todas as revelações bíblicas: quando cria o ser humano, quando perdoa o ser humano, quando escolhe Israel para ser sinal entre as nações, quando vence os exércitos mais poderosos, mostrando que sua mão é poderosa, e, finalmente, quando ele resgata o ser humano da mais completa perdição do pecado. Ele faz tudo isso e continua fazendo, sem que mereçamos, sem méritos pessoais, mas por “bondade e divina e paterna misericórdia”, como escreve Lutero. Continua amando os que crêem nele, e amando os que não crêem, amando os pequeninos e os idosos, o homem e a mulher. Enfim a todos nós.
                Quando olhamos para o evangelho de Mt 18, vemos vários exemplos de amor, da parte de Deus por nós, por mais que alguns tentem usar estas mesmas palavras como um ferrolho duro e pesado.
Deus nos diz como amar os pequeninos que crêem nele. Como? “..se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no  lugar mais fundo do mar com uma grande pedra amarrada no pescoço.” V. 6. O amor de Deus não ignora nem a menor das criaturas, mas também a quer ao seu lado. Deus deu sua vida também pelas crianças que os discípulos ignoravam... Como temos tratado nossas crianças? O amor de Deus continua valendo para elas também, no entanto, vê-se cada vez mais crianças abandonadas, espancadas, marginalizadas, e afastadas de Deus. Se refletíssemos seriamente sobre a criação das nossas crianças, quantos seriam jogados ao mar com uma pedra no pescoço? Quando lembramos a nossa independência como país, precisamos refletir não só nos atos do passado, mas devemos nos preocupar com que tipo de futuro deixaremos. Não podemos viver na casa de Deus lembrando só o que os antigos fizeram, mas precisamos estar atentos para quem e como as palavras do Senhor serão ensinadas.
Jesus termina dizendo: “Ai do mundo por causa das coisas que fazem com que as pessoas me abandonem!... ai do culpado!” v. 7 Nós estamos aqui, entre estes culpados, sim. Deus quer que seus filhos sejam despertos para este amor, aquele que conduz para Cristo!
E neste capítulo também está escrito como amar o irmão que peca! Sim, meus queridos, como amar o irmão que peca! Apesar das palavras difíceis de serem cumpridas, apesar de serem muitas vezes ressaltadas como regra e lei, aqui também podemos ver o amor de Deus pelo pecador manifesto! “Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre – lhe o erro. Mas faça isso em particular, entre vocês dois. Se ele ouvir o seu conselho, então você ganhou de volta o seu irmão. Se ele não ouvir, leve uma ou duas pessoas contigo, para fazer o que as Sagradas Escrituras dizem ‘qualquer acusação precisa ser confirmada pela palavra de pelo menos duas testemunhas’. Mas se a pessoa que pecou não ouvir estas pessoas, então conte tudo à igreja, trate-a como um pagão ou cobrador de impostos.” Mt 18. 15-17
Amados, o foco destas palavras é sempre ganhar o irmão de volta. Deus quer que seus filhos sejam reconciliados e vivam em amor. Quando encaramos o que ouvimos simplesmente como lei, estamos esquecendo que Deus morreu por amar o mundo. Amamos nosso irmão, que peca contra nós, que nos ofende, que nos machuca, quando lembramos do amor que Deus tem pelo mundo, e que mesmo depois de tanta dor que o irmão tenha cometido contra nós, ainda vivemos o perdão que Deus estendeu a nós, em nosso próximo. Não é fácil, mas quando o Espírito Santo habita no servo de Deus, as coisas tornam-se mais fáceis, pois ele fala por nós, ele nos conduz. Só o que nos impede de perdoar e ser perdoado é o medo de dar o primeiro passo.
Lembremos que ao demonstrar o seu amor pela humanidade, Deus não só deu o primeiro passo, mas fez toda a caminhada, foi ao encontro dos seus filhos que estavam perdidos e os trouxe de volta para si. Ele é o nosso bom Pastor e nós somos as ovelhas, que nos perdemos por causa dos nossos pecados. Mas está escrito que o Pai alegra-se por encontrar uma ovelha, um filho pródigo... Ele alegra-se quando seus filhos retornam para Ele. Ele abre seus braços e anuncia o perdão, anuncia que sempre estará disposto a perdoar o filho que se afastou.
 Como amar o mundo? Deus amou o mundo todo dando a sua vida por cada um de nós. Mesmo aquele que parece ser o menor, é importante aos olhos do Pai. Os seus braços continuam abertos para nós.

    EG

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