sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sl 1; Lv 19. 1-2, 15-18; 1Ts 2. 1-13; Mt 22. 34-46 – 19 pentecostes - egon


Religião da Lei ou Religião do Evangelho?
Amados irmãos,

            Como cristãos, precisamos conhecer a verdade para sermos libertados das amarras do pecado. Se não almejarmos crescer na fé, no conhecimento de Deus, então deveríamos reconhecer que, como cristãos, estamos mortos. Pois não é possível que saibamos de todo o sacrifício realizado pela nossa salvação, toda a doação, toda a entrega do próprio Filho de Deus na cruz, e isso não faça diferença nenhuma em nós.
            Apesar disto, muitos conhecem toda a obra de Deus e, no entanto, não tem os benefícios que Ele oferece. Conhecer um caminho não significa andar nele. Por isso, hoje queremos ouvir nosso senhor falar justamente quando indagado sobre qual seria a maior Lei de Deus.
            Toda a palavra é dividida em duas formas: Lei e Evangelho. Toda a Escritura nos apresenta a vontade de Deus sendo Lei ou Evangelho.

            A Escritura nos apresenta a Lei quando temos uma ordem, nos mandamento, ou até mesmo nos castigos por alguém não cumprir a Lei de acordo com a vontade de Deus. Por exemplo, no salmo 1, a Lei está expressa com mais clareza onde está escrito: “O mesmo não acontece com os maus, eles são como a palha que o vento leva. No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus.”v. 4-5. Aqui vemos o juízo do Senhor sobre aqueles que não se alegram na vontade divina. É a Lei que nos diz que todo aquele que peca é escravo do pecado, que o salário do pecado é a morte. A Lei é dura e nos atinge em cheio pois ninguém consegue cumprir suas normas.
            Esta Lei age de três formas nas nossas vidas:
- ela age como freio: ela nos diz até onde podemos ir, e de onde não devemos passar. A lei me ensina que não posso matar, nem ofender, nem roubar, etc...
- ela age como espelho: se não houvesse a lei, nós não teríamos como saber se estamos certos ou errados. Um carro que cruza uma preferencial está errado pois a lei lhe mostra isso. Da mesma forma, quando olho para a lei, posso reconhecer onde eu pequei: quando menti, quando roubei, quando não fui honesto, etc...
- ela age como norma: ela também é preventiva, me mostrando qual é o caminho que Deus deseja que eu ande. Se ele me proíbe de matar, é porque deseja que eu preserve a vida, se ele proíbe cobiçar, é porque Ele deseja que eu preserve o que me foi dado e o que foi dado ao próximo.

            Dentro deste ensino da Lei, os fariseus e os saduceus não se contentaram com os 10 mandamentos, mas elaboraram um conjunto de regras para serem seguidas por quem quisesse ser salvo. Exatamente 613 regras que fazem parte do que é chamado de Talmud. Sobre estas regrinhas, o próprio Jesus diz em Mt 23.2-5: “Os mestres da lei e os fariseus tem autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dize. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem nada do que ensinam. Amarram pesados fardos e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar estes fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros...” Estas pessoas conhecem a Lei, ensinam sobre a Lei, mas não vivem sob a Lei. Seria como se domingo após domingo um pastor falasse a vocês da mensagem do amor de Deus, mas não acreditasse nele. Seria uma simples profissão.
                       
            Já o Evangelho é totalmente oposto à Lei e, no entanto, complementar a ela. O evangelho nos ensina tudo o que Deus faz em nosso favor, nos mostra as suas palavras e nos ensina sobre seu amor. A pregação do evangelho nos tira do terror do inferno e nos conduz para a paz do paraíso. São nas palavras do Evangelho que encontramos que “amamos porque Deus nos amou primeiro”, que “Deus amou o mundo tanto que deu o seu único filho para que todo o que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna”. Novamente pelas palavras do salmo 1 vemos os frutos e o ensino do evangelho: “Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus... o prazer deles está na Lei do Senhor, nessa Lei meditam de dia e de noite. Estas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho, elas dão frutas no tempo certo e suas folhas não murcham. Assim também tudo o que estas pessoas fazem dá certo... Pois o Senhor dirige e abençoa a vida daqueles que  lhe obedecem.” Todas as promessas, todas as bênçãos, tudo o que o Senhor faz em nosso favor, sem nosso merecimento é evangelho.

            Sabendo disto, nós podemos dizer que existem dois tipos de religião: A religião da Lei e a Religião do Evangelho. E hoje vocês estão diante de Jesus, perguntando o que é mais importante, qual religião é mais importante: lei ou evangelho?
            Se você se preocupa somente com um bom testemunho das pessoas, se você se preocupa com o que o outro pode pensar, ou então, está convencido de que você não é uma pessoa má e que irá para o céu, pois nunca fez nada de mal para ninguém, você é um forte seguidor da religião da Lei e o teu destino é o inferno. Pois somos lembrados pelo apóstolo que “se alguém deseja ser justificado pela Lei, então precisa cumprir toda a lei.” Você pode até ter se esforçado em ser uma boa pessoa, mas quando você fica irado, quando você conta uma mentirinha, quando você pensa um pensamento contrário à vontade de Deus, você estará sendo julgado por toda a lei e pecou em todos os seus mandamentos. “Mas pastor, assim é impossível cumprir a Lei de Deus!” Exatamente, é impossível.
            Se compreendermos isto, então poderemos perceber o quanto é grande o presente que Deus nos dá no Evangelho, pois lá encontramos que “Jesus sacrificou a si mesmo pelos nossos pecados”, no evangelho descobrimos que “o Salvador veio até nós mesmo quando nós ainda estávamos perdidos no pecado”. Na pregação do Evangelho descobrimos que “Deus é amor” e que “ Ele é fiel e justo para nos perdoar e purificar de toda injustiça”.

            Olhe para o seu coração: se você acredita que precisa fazer algo para ser salvo, boas coisas, ajudar o próximo, ofertar ou até mesmo vir ao culto, então a sua religião é a da Lei e você está perdido. Mas se você tem a certeza de que Jesus é o seu suficiente salvador, que Deus fez todo o necessário para que você tenha a vida eterna, e que agora, você vem para o culto agradecer, louvar, e que você ajuda as pessoas porque Deus te ajuda, consola porque Deus já te consola, é uma pessoa bondosa porque Deus já é bondoso com você, então você está de acordo com o evangelho do Senhor. Se for este o caso, a pergunta do fariseu, no texto de Mateus, não tem tanta importância. Pois o ser humano pode mudar as suas perguntas e tentar achar brechas na lei, mas a resposta de Deus vai ser sempre a mesma: Amor. Jesus te amou, ama e sempre vai amar. Isto é o mais puro evangelho.

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