sábado, 7 de julho de 2012

Sl 123; Ez 2.1-5; 2Co 12. 1-10; Mc 6.1-12 - Egon


Do modo mais difícil

            Quando leio a Palavra de Deus, eu fico impressionado. Por muitos motivos. E um deles é que eu percebo que Deus nunca vai pelo caminho mais fácil. Quando eu estou fazendo algo, eu quero o jeito mais fácil, mais direto. O ser humano é assim. Vejam por exemplo um homem, cuja esposa o mandou por a roupa para lavar. Ele pega todas as roupas que encontra e joga dentro da lavadora. (não separa). O pensamento é “vamos simplificar, porque a vida já está complicada demais!”
            Deus não pensa assim!
Quando Deus olha para a nossa vida, Ele poderia simplificar. A gente batalha todos os dias, matamos “um leão por vez.” As vezes, quando olhamos pro tamanho do nosso desafio pensamos: “Eu tô perdido!” Como se fôssemos Davis lutando contra Golias. “Sou tão pequeno, estou tão cansado. Seria mais fácil fugir. Seria mais fácil aceitar...”
Mas o Senhor, nosso Pai, não quer fazer com que a nossa vida seja mais fácil. Ele não quer que tudo se resolva como num passe de mágica.
Ele quer que a gente aprenda a olhar pra cima.
Ele quer que a gente aprenda a levantar as mãos pro céu.
Ele quer que a gente aprenda a ouvir a Sua voz, mesmo no meio de uma tempestade.
Ele sabe que o nosso coração esquece muito rápido tudo o que Ele fez e faz por nós. Por isso Deus não deixa a nossa vida ser simples. Afinal,
Se a vida fosse sempre fácil, quantas pessoas iriam à igreja?
Se a vida fosse sempre fácil, quantos agradeceriam pelas bênçãos?
Se a vida fosse sempre fácil, eu não teria ouvido a voz do Pai. Estaria por aí, perdido em meus desejos fúteis, em uma felicidade falsa.
Se a vida fosse fácil, não veríamos o salmista dizer “tem compaixão de nós Senhor! Como escravo olhamos para tí, ó Deus, esperando que tenhas compaixão de nós.”
Se Deus tivesse chamado Ezequiel para ser profeta em um mundo de alegrias, o que ele teria para pregar? Mas não, Ele chama um homem que é escravo, que vive na barranca de um rio, junto a um povo teimoso, briguento, que não é fiel ao Deus dos pais deles.
No meio da tempestade. No meio do desespero. É ali que Deus quer proclamar a sua vontade, o seu amor, o seu perdão. É ali que Ele chama Israel para ser seu povo novamente.
Quando lemos sobre os personagens da Bíblia nós costumamos destacar as coisas grandiosas que fizeram. Mas quando eu olho para Paulo, eu me identifico com ele. Um homem que é chamado de tagarela por falar sempre (depois de meia hora de sermão talvez vocês também concordem que sou parecido com ele), que não era rico, mas vivia de fabricar tendas. Um homem que Deus transformou em pregador. E no entanto, até o final da vida, um homem que carregou a vergonha e a culpa de ter perseguido cristãos. Ele poderia ter pensado: “Não, o que eu fiz de bom já compensou o que eu fiz de mau.” Mas não fez. Não disse.
Paulo lutava diariamente contra o orgulho das visões que Deus tinha lhe dado, para exaltar o espinho em sua carne. Ou melhor, não o espinho, mas o resultado dele.
“Senhor, me cura, me restaura,”diz ele.
“Não meu filho. A minha graça te basta.” O meu amor te basta. A minha Palavra te basta. Mesmo a tua fraqueza eu transformo em bênção, para que você não se esqueça de mim. Porque quando você perder a sua força, então a minha força te preencherá.
Jesus poderia ter nos salvado com mais facilidade. Como se ele estivesse no céu, pescando ou então vendo TV, com pipoca em uma mão e um controle remoto na outra e, de repente dissesse: “Ah, hoje é o dia de salvar a humanidade dos seus pecados...” e então somente apertasse um botão...
Mas porque Ele escolhe encarnar? Porque Ele escolhe andar com pecadores? Porque escolhe sofrer o desprezo e a rejeição do seu próprio povo? Porque Deus escolhe fazer as coisas do jeito mais difícil?
Meu caro irmão, porque assim Ele está reafirmando, com cada gota do seu sangue: “Eu quero você! Você acha que se você não fosse importante para mim, eu daria minha vida por você?” Deus diz: “Você olha pra si mesmo e enxerga o pecado, e percebe o quanto ele é grande e feio, vê o quanto sua vida é passageira, mas eu te olho com amor! Eu quero você! Dou a minha vida por você! Eu sei que você não é perfeito, mas eu vim pelo coxo, pelo paralítico, pelo ladrão, por aquele que tinha raiva no coração. Eu vim por você!”
As vezes tenho ficado pensando: porque tenho que acordar toda a noite, escutar choro de criança, fazer ninar, ficar com dor nas costas, esperar nove meses? Por que?
Quando minha filha crescer, ela vai saber de tudo isso, e mais, vai saber que através de tudo isso, demonstro meu amor e meu cuidado por ela.
Deus quer que você saiba o quanto Ele te ama. Nem que às vezes tenha que ser pelo caminho mais difícil.
EG

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