domingo, 27 de janeiro de 2013

Lc 4. 19-30 – Jesus, o Profeta Não-Recebido



Lc 4. 19-30 – Jesus, o Profeta Não-Recebido.
16 Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a  sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, 17 e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim: 18 “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos 19 e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo.” 20 Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. 21 Então ele começou a falar. Ele disse:— Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.

Jesus havia começado a sua obra de anunciar a chegada do reino de Deus após ser tentado no deserto, quando se dirigiu para a cidade onde havia crescido, Nazaré. Era uma cidade isolada, não era uma cidade bem vista (Filipe perguntou: Pode sair alguma coisa boa de Nazaré?).
Conforme o costume, no sexto dia, no sábado, Jesus foi para a sinagoga. A sinagoga era o centro cultual do povo, era a igreja; era onde a Escritura Sagrada era lida, ou seja, o Antigo testamento; era onde as crianças aprendiam a ler e escrever, e provavelmente, esta era a sinagoga onde o próprio Jesus havia aprendido também. Talvez, seus professores estivessem diante dele naquele dia! Seus amigos de infância!
Ele se levantou para fazer a leitura do livro que lhe foi entregue. Na sinagoga existia um código para quem fosse ler e para quem fosse ensinar: quem lia o texto ficava em pé. Quem ensinava sobre o texto sentava-se. Por isso é normal que Jesus, em pé, leia o texto do profeta. O espanto surgiu quando Jesus sentou-se na posição de quem pretendia ensinar. O texto bíblico, ao relatar isto demonstra que houve uma ênfase, um momento em que todos que estavam ali seguraram a respiração, uma certa tensão no ar: Está escrito que Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos.” O que será que ele vai dizer?

“ Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir”. Que trecho? Aquele em que o profeta Isaías apontava para o futuro, para o Messias que viria. Confirmando que o Espírito de Deus estava nele. Que Ele havia sido escolhido para dar boas notícias, para anunciar a liberdade, dar vista, para libertar e para anunciar que havia chegado o tempo em que o Senhor salvaria o seu povo. Que alegria! Que bênção.
Nós esperamos o dia em que estaremos face a face com Deus! Esperamos o momento em que o Senhor nos chamará pelo nosso nome e nos levará para o seu reino. As pessoas do mundo inteiro vão às igrejas para ouvir esta mensagem : de que Deus as ama e as perdoa.

Quem ouvia Jesus falar tão maravilhosamente tinha alguns questionamentos: A Bíblia diz o seguinte: 22 Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar, e diziam: — Ele não é o filho de José?” Todos gostavam de ouvir Jesus, afinal ele estava falando coisas bonitas e boas. Admiravam-se com aquele homem feito e admiravam-se por o terem conhecido enquanto ainda era somente um menino. Mas o que estavam guardando daquilo que Jesus estava dizendo? Ele estava trazendo uma mensagem importante e precisa mudar o foco. Precisa alertá-los de que não estão na direção certa:

Jesus disse: “— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra”. Profeta significa aquele que é enviado, aquele que é chamado, aquele que é nomeado. Não é alguém que faz algo por sua vontade, mas alguém que é enviado para falar, anunciar, ir em nome de outro. Jesus é o profeta maior. Ele foi enviado da parte do próprio Deus para dar a asua vida por toda a humanidade. Ele abriu mão da sua glória, da sua majestade para estar entre nós, e assim, cumprir o plano de Deus. Ele é O profeta. E no entanto, mesmo assim ele não é bem recebido entre os seus. “Mas este aí é o menino que eu vi crescer! Quem é ele para querer me ensinar alguma coisa?!” Eles queriam ver os milagres de Jesus, queriam sinais, queriam um show de mágica, e não ver um conhecido deles falar.
Jesus usa o exemplo do Antigo Testamento para lembrar que quando as pessoas não quiseram ouvir a Palavra de Deus, Deus enviou seus profetas adiante. Enquanto Israel secava, Elias anunciou a bênção de Deus para uma viúva estrangeira; enquanto haviam doentes em Israel,o sírio Naamã é que foi curado. A raiva cresceu naquelas pessoas que ouviam Jesus. Afinal, ele estava dizendo que a mensagem continuava sendo anunciada, mas se não era ouvida pelo povo, por eles, outros estavam ouvindo. Isso era uma blasfêmia! Dizer que Deus amava outros e não o povo escolhido. Jamais!

28 Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva. 29 Então se levantaram, arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogar dali abaixo. 30 Mas ele passou pelo meio da multidão e foi embora.

Ficaram com tanta raiva que queriam matar Jesus. Matar O profeta! Engraçado que enquanto Jesus falava palavras agradáveis, todos ali ficavam maravilhados, mas quando Ele começou a falar o que era necessário, seus corações endureceram.
Quanto das palavras de Jesus tem entrado em nossos lares? Quanto de Jesus tem entrado em nossa vida? Será que não temos agido como os conhecidos de Jesus: “Oh, que palavras bonitas, que ensinos maravilhosos, que sabedoria...”enquanto em nosso espírito não entra nada que seja para a nossa salvação? Ficamos impressionados com os milagres que Jesus fez, mas esquecemos o que Ele ensinou? Ficamos muito felizes quando a graça de Deus é profetizada para nós, para nossa família, mas quando é para o outro, então não... Queremos e desejamos os milagres para nós, como cura, prosperidade, felicidade, sorte, mas nunca falamos no milagre do perdão!
Este é o maior milagre que um condenado poderia receber. E nós éramos condenados! Estávamos perdidos por toda a eternidade! E recebemos perdão total da nossa culpa através da morte e ressurreição de Jesus. Este é o maior presente que alguém poderia dar. Jesus estava anunciando à aquelas pessoas que “que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo”. E a salvação estava ali, diante dos olhos deles. Assim como hoje está aqui, diante dos seus olhos. Que bênção poder receber o profeta Jesus em nossos lares, anunciando o que precisa ser anunciado.
            Ouçam Jesus diariamente. As palavras dele vão transformar a sua vida. Ele é o profeta. O único profeta que dá a vida para que você tenha vida.


sábado, 19 de janeiro de 2013

O Primeiro Milagre - João 2.1-11



1 Dois dias depois, houve um casamento no povoado de Caná, na região da Galiléia...

Jesus foi convidado para participar de um casamento em Caná. Na verdade Caná era um pequeno povoado, não maior do que uma vila, ao norte de Nazaré. Podemos dizer que era um lugar como Vista Alegre.
Os casamentos eram grandes acontecimentos, e as festas duravam uma semana inteira. Não haviam documentos, cerimônias como conhecemos hoje, e por isso a festa era o sinal visível de que os noivos, a partir daquele momento, estavam casados.

2 Jesus e os seus discípulos também tinham sido convidados para o casamento. 3 Quando acabou o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: — O vinho acabou.

O vinho sempre era cheio de simbologia, a principal delas era relacionada a alegria e da felicidade que vinha do Reino de Deus. Quando uma pessoa convida para uma festa e não tem alimento e bebida para todos os convidados, fica muito feio para o responsável. O que dizer então de uma festa de casamento onde o elemento que falta é aquele que significa a alegria e felicidade para a vida do casal? Que grande vergonha o noivo teria de passar! Faltou vinho, o principal da festa! A mãe de Jesus foi procurá-lo e o avisa que acabou o vinho. Jesus responde:

4— Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora.

Com estas palavras, Jesus não foi desrespeitoso com sua mãe. Pelo contrário, Ele entendeu o que Maria queria dizer quando foi lhe avisar que havia acabado o vinho. Mesmo quando dizemos poucas palavras Jesus se alegra, porque ele entende tudo aquilo que não chegou a sair da nossa boca, aquilo que está em nosso coração e nosso pensamento.
E na verdade, ninguém pode dizer a Deus o que Ele deve fazer. Muitos pastores, muitos cristãos e pessoas ingênuas até tentam forçar a Deus dizendo: “Ó Deus, se você não fizer assim eu vou fazer assim! Se eu não arrumar marido vou colocar a Bíblia de ponta cabeça atrás da porta! Se eu não arrumar um trabalho bom eu não vou ofertar na igreja!” Não é assim que Deus quer a tua vida e a tua oferta! Ele quer que você confie que Ele vai fazer tudo no tempo certo, do jeito certo.
“Ainda não chegou a minha hora” Jesus falou. “Hora” aqui não tem o sentido de minutos, segundos, mas tem o sentido de ocasião. Não era o momento de Deus revelar-se inteiramente, este momento ainda haveria de vir na cruz, na morte e na ressurreição, ali estava a ocasião, a hora de poder de Jesus manifestar-se completamente.
6 Ali perto estavam seis potes de pedra; em cada um cabiam entre oitenta e cento e vinte litros de água. Os judeus usavam a água que guardavam nesses potes nas suas cerimônias de  purificação. 7 Jesus disse aos empregados: — Encham de água estes potes.

Estes potes que Jesus manda encher de água eram usados para os rituais de purificação, ou seja, de lavar as mãos e os pés, os objetos para uso do culto. Os judeus eram muito rigorosos nesta questão, especialmente quando entravam em uma casa e quando se sentavam à mesa. Também utilizavam para lavar os pratos e copos depois das refeições. Eram talhas de pedra muito pesados. Estavam colocados em um canto da festa. E encher estes potes de agua não era fácil! Lembremos que não haviam torneiras, nem mangueiras, mas sim um poço de água e bacias de barro. E o evangelho que eram seis potes de pedra e no menor deles cabia oitenta litros. Então eram pelo menos 480 litros! Ele não fez pouco vinho!

9 Então o dirigente da festa provou a água, e a água tinha virado vinho. Ele não sabia de onde tinha vindo aquele vinho, mas os empregados sabiam. Por isso ele chamou o noivo 10 e disse: — Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho.

Pronto. O que era sem gosto foi transformado em algo saboroso. A vergonha foi transformada em alegria! Simples água transformada em um delicioso vinho!
Quem de nós consegue fazer algo parecido? Ninguém! Então porque você tentando? Você conhece aquela pessoa que quer mudar de vida para melhor, mas tenta fazer por força própria! Aquele que quer mudar o relacionamento com a esposa, sem colocar Cristo no casamento! Você é aquela pessoa que quer tudo diferente na vida, mas não dobra os joelhos, não junta as mãos, não tem Cristo no coração... Então vai mudar o quê? Nada!
Jesus é o único que transforma de verdade a vida de uma pessoa. Nós sabemos de pessoas que eram alcóolatras e que foram convertidas e viraram “evangélicos”, como chamamos. Porque duvidar, se talvez tenha sido mesmo Jesus quem o transformou? Ele transforma o sem gosto em algo saboroso! Transformou a vergonha da falta de vinho em alegria, porque agora vinha para os convidados um vinho melhor ainda! Ele é quem transforma casamentos acabados, sem gosto, mornos, em casamentos cheios de alegria e amor verdadeiros!
Ele é o único que pode transformar relacionamentos com Deus em verdadeiros relacionamentos com Deus. Quantos vivem por aí dizendo “eu sou cristão”, “eu vou na igreja”, mas não conhecem Deus de verdade?!? Não sabem o que é ter um relacionamento diário com Deus! Não sabem o que significa ter a liberdade de falar com Deus como se fala com um amigo!
Quantos ainda procuram alegria sem saber que a alegria que o mundo oferece é uma falsa alegria! A alegria que a bebida oferece é uma falsa alegria! A alegria que uma amante pode oferecer é uma falsa alegria! A alegria que um traficante oferece é uma alegria falsa! Toda alegria que um ser humano pode oferecer ou comprar é falsa alegria! Pois esta falsa alegria, Jesus transforma em alegria verdadeira, dando sentido à um casamento, à um relacionamento, à um trabalho, à uma oração, à um abraço. Vocês sabem o que sentem quando recebem um abraço falso e um abraço sincero.

11 Jesus fez esse seu primeiro milagre em Caná da Galiléia. Assim ele revelou a sua natureza divina, e os seus discípulos creram nele.

O texto termina dizendo que este foi o primeiro milagre de Jesus. A palavra usada para milagre é SEMEION, que não tem o sentido de poder, nem o sentido de obra, trabalho, mas tem o sentido de sinal, marca. Milagres hoje em dia significam igrejas cheias, choro, multidões. Significam pastores vendendo curas como se eles mesmos fossem os responsáveis, usando-os como propaganda para seus templos maravilhosamente adornados com símbolos que custam só  um pouquinho de fé ($).
O evangelho de João registra somente sete milagres, sete sinais de Jesus. Todos eles contendo um significado especialmente para que seus discípulos cressem nele. Em Caná ele começou a realizar a sua obra neste mundo, utilizando o seu poder para fazer sinais na vida das pessoas para que elas cressem que Ele é o Messias, o Salvador para trazer alegria verdadeira ao mundo. Se o objetivo fosse os milagres em si, então ele já teria sido esquecido como um mágico qualquer. Ele é diferente, seus sinais são diferentes, ainda hoje perduram, e ainda hoje nós podemos ler, ouvir e testemunhar os sinais que ele fez para que nós crêssemos que Ele é o Messias. E assim, trazendo alegria para uma festa de casamento, transformando agua em vinho, ele dá início a sua caminhada em direção à cruz, por amor a toda a humanidade.
Queremos alegria falsa ou de verdade? Alegria verdadeira somente Jesus pode oferecer a você!

Pastor Egon Griesang