terça-feira, 12 de março de 2013

Lc 13. 1-9 – A paciência de Deus e a nossa impaciência



Advertências são coisas sérias. E dependendo de quem vem, são mais sérias ainda. Na sua viagem em direção a Jerusalém, Jesus proferiu uma série de advertências, dentre as quais as do evangelho de hoje. Elas são uma continuação de uma série de recomendações que estão descritas no capítulo 12. (ler algumas) Está escrito que:

1 Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam  sacrifícios a Deus.

As pessoas que estão conversando com Jesus estão relembrando algo que tinha acontecido a um grupo de pessoas que estavam oferecendo sacrifícios no templo ou perto dele. Provavelmente este grupo de pessoas eram inimigos de Pilatos ou adversários políticos. Pilatos, assim como outros governadores, ficou conhecido pela violência e brutalidade. Nem o templo sagrado Pilatos respeitava! Mas o fato é que a crueldade do acontecido chocou as pessoas. “Elas estavam oferecendo sacrifícios! Estavam prestando culto a Deus! Deus devia estar muito brabo com eles para permitir que morressem de daquela forma!” Este era o pensamento do povo: quanto mais terrível a morte, mais terrível era o pecado e a culpa! Quando acontecia um desastre com alguém era porque Deus estava muito zangada com ela! Jesus reconhece este pensamento nos corações das pessoas que estão com ele e responde:

2 Então Jesus disse: — Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? 3 De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
“Vocês se acham melhores do que aqueles que morreram durante o sacrifício, durante o culto?” Será que por não morrerem tão terrivelmente, ou por não sofrerem nenhum desastre vocês são mais amados por Deus? Será que é assim que Deus pensa: pecado e castigo, bondade e recompensa? Onde nós iríamos parar se Deus agisse assim?

4 E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? 5 De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.

            Mais um exemplo de um desastre que havia acontecido e que havia marcado as pessoas. A torre de Siloé era uma fortificação que fazia parte do muro de Jerusalém. Ela estava sendo reformada e caiu sobre pessoas que ou eram trabalhadores ou que moravam dentro da muralha. Que coisa terrível ver uma montanha de pedra cair sobre a cabeça de alguém. O pensamento aqui era o mesmo de antes: Deus devia estar muito irritado com aquelas pessoas, por causa do pecado delas.
`           Mas Jesus repudia este pensamento. Não é assim que Deus age, pensa. Jesus afirma que todas as pessoas estão na mesma condição daqueles que morreram durante o sacrifício ou daqueles que morreram sob a torre: todos somos pecadores! O arrependimento é a chave. Não importa como vai ser a nossa morte, se chocante ou não, mas sim que todos passaremos pela morte, passaremos pelos males, por sofrimentos, por dificuldades. E isto não significa que Deus nos ama mais ou menos. O povo pensava assim, mas Deus não.
            Males existem para todas as pessoas. Existem dois tipos de males, os males naturais que são aqueles que acontecem espontaneamente, como a queda da torre, uma tempestade, um terremoto; e os males morais, que são aqueles causados pelo ser humano, como a morte dos que ofereciam sacrifício. Como podemos dizer que um é pior do que o outro? Que um é castigo maior do que o outro? Diante do pecado, todos nós estamos expostos aos males de todos os tipos. Nosso momento é certo. Então o que Jesus faz diante do pensamento do povo? Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.”
            Eu afirmo a vocês... Jesus está sendo enfático, forte. Ele dá um golpe certeiro no mode de pensar das pessoas, inclusive no nosso modo de pensar.

Nós também estamos sujeitos ao pensamento de que quanto mais terrível o acontecido com alguém maior o pecado que esta pessoa cometeu. Mas Jesus afirma que o mais importante não é o desastre, a forma da morte, mas sim o arrependimento. Estar arrependido dos pecados cometidos não significa que uma “morte suave”, mas que estaremos preparados para o que vem depois.
Afinal, será que desastres não acontecem para cristãos? Será que cristãos muitas vezes nã otem mortes chocantes? Será qeu Deus gosta menos deles do que de outros? É claro que não.

A parábola da figueira estéril que Jesus conta a seguir chama a atenção para o fato de se estar preparado.
— Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. 7 Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: “Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?” 8 Mas o empregado respondeu: “Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. 9 Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la.”

            Ao plantar uma árvore, nós esperamos que ela dê fruto. Se ela não produz, então cortamos fora. É simples. Mas quando Deus olha para o seu povo, que não tem como produzir fruto algum, ele espera ainda com paciência. A figueira representa o povo de Israel, o dono da plantação é o próprio Deus, e o empregado que cuida da figueira é Jesus.
Quando nós já teríamos arrancado a árvore fora, Deus continua tendo paciência, esperando, enviando profetas, enviando pregadores para ensinar, para pregar arrependimento. Quando parece que chegou o limite da paciência, Deus envia seu filho para cuidar com ainda mais carinho e cuidado do povo, por mais tempo.
Deus está fazendo mais do que o necessário para resgatar o seu povo porque Ele ama este povo. Ama a você, ama a mim, ama os que ainda vão nascer, e ama aqueles que já morreram. O desejo do pai é que todas as pessoas vivam em arrependimento sincero e verdadeiro, no seu amor, prontos para o momento em que estarão diante do trono celeste. Ele demonstra este amor tendo paciência, tendo carinho, cuidado, amor pelos seus filhos por mim e por você. Ele continua chamando o ser humano ao arrependimento e dando o perdão.
E o que mais chama atenção do ser humano não é tudo isso, mas sim o castigo, a punição. Que bom que deus, o nosso Pai, nosso Salvador, nosso Consolador não pensa assim, pois mereceríamos morrer a cada pecado cometido. Deus pensa e age com amor. Um amor que adverte, um amor que nos faz lembrar da nossa hora derradeira, um amor que concede mais tempo. Um amor que está disposto a entregar a própria vida para que tenhamos vida.
Que nossa vida seja marcada pelo arrependimento que o Espírito Santo produz em nossos corações, para que nossas vidas produzam muitos frutos a Deus, estando assim, preparados para a nossa hora final. Amém.
EG

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