terça-feira, 12 de março de 2013

Lc 15. 11-32 – Qual retrato pintar?



Queridos irmãos, um pastor chamado David Martin Loiyd escreveu o seguinte:
Não há  parábola  ou  discurso  de  nosso  Senhor  que  seja  tão conhecido  e  tão  popular  como  a  parábola  do  filho  pródigo. Nenhuma outra  parábola  é  citada  com  mais  freqüência  em discussões  religiosas,  ou  mais  usada  para  apoiar  várias teorias  ou  controvérsias  em  relação  a  este  assunto.  E é verdadeiramente  espantoso  e  admirável  quando  observamos as  inumeráveis  formas  em  que  ela  é  usada,  e  a  infinita variedade de conclusões a que  afirmam que  ela leva...ela  é  usada  para  provar  toda  espécie  de  teorias  e idéias opostas.  É  bastante  claro,  portanto,  que  a parábola  pode  facilmente  ser  manipulada  ou  mal interpretada.
            A parábola do filho pródigo é uma das mais conhecidas no mundo todo. Se nós fôssemos artistas e desejássemos pintar um quadro sobre esta história, que imagem faríamos? Do Filho arrependido?  Do pai? Do filho gastando sua herança? Do filho mais velho? Para que fosse possível decidir, precisaríamos compreender do que Jesus está falando ao nos contar estas palavras. Ele está falando do filho gastador? Do seu arrependimento? Do pai? Do filho mais velho?

      11 — Um homem tinha dois filhos. 12 Certo dia o mais moço disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança.” 13 (Então), ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha.
Por direito, o filho mais novo tinha direito a um terço da herança. mas pedí-la significava que ele não desejava mais viver com seu pai, com sua família. Ele fez uma escolha, ele queria viver a vida do seu próprio jeito, Ele desejou a liberdade para aproveitar o que a vida tinha “de melhor”: farra, festas, mulheres. O pai atende o pedido e o jovem juntou o que pode e partiu para um lugar distante, onde ele poderia fazer o que quisesse, longe do olhar do pai. Em meio ao pecado ele desperdiçou tudo o que havia ganho com mulheres e festas.
Quantos jovens tem pintado o retrato das suas vidas assim? Quantos jovens tem ignorado os conselhos e palavras dos seus pais, vivendo de acordo com suas próprias vontades, perdendo sua juventude, seus dons e seus bens? Este é o quadro que pintaríamos?

14 — O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade. 15 (Então foi) tratar dos porcos. 16 Ali, com fome, ele tinha vontade de comer o que os porcos comiam... 17 Caindo em si, ele pensou:... 18 Vou voltar para a casa do meu pai e dizer: ‘Pai,... 19 não mereço mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.’ ” 20

Aqueles que pareciam seus amigos, não o ajudaram. Quando veio o tempo da fome, ninguém estava ao seu lado. Finalmente, este jovem é forçado a procurar trabalho. E encontra naquilo que seria a coisa mais imunda para fazer: cuidar de porcos. Em Israel não haviam criadores de porcos, pois a imundície era algo insuperável para os judeus. Era impensável um judeu verdadeiro ter ou criar porcos. E este jovem, no entanto, tem inveja dos porcos, porque eles tem o que comer, enquanto ele passa fome. A que ponto ele chegou! A que ponto ele foi levado por sua tolice! E no meio da sua mais profunda decadência ele se lembra do seu pai e seus trabalhadores: eles tinham o que comer. Caindo em si, ele reconhece seu erro, reconhece que falhou com seu pai, mas ele não tem mais pra onde ir. Ele chega a ensaiar uma fala para o momento em que encontrasse seu pai. Ele parte de volta pra casa pronto para pedir trabalho! Não perdão, mas sim trabalho. Este jovem se considera indigno de pedir e receber perdão!
Quantos homens e mulheres tem pintado os seus quadros hoje em dia desta forma: reconhecendo os seus pecados, sabendo o quão grande eles são a ponto de não saberem se tem perdão do Pai celestial! mas e qual é a resposta do pai na parábola?

— Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. ...correu, e o abraçou, e beijou. 21 E o filho disse: “Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!” 22 — Mas o pai ordenou aos empregados: “Depressa! Tragam a melhor roupa... Ponham um anel... e sandálias... 23  ...Vamos começar a festejar 24 porque este meu filho estava morto e viveu de novo...”

Ele vê o seu filho chegando e faz o que um pai amoroso faria: corre para encontrá-lo ao longe; o abraça, o beija, dá ordens para que este filho seja bem recebido de volta. Ele não se importa com a impureza tirual do filho, não se importa por onde ele andou, o que fez, não se importa em como ele o maltratou quando foi embora. Este pai da parábola simplesmente o ama e fica feliz por tê-lo de volta. Ao mandar que dessem roupas, sandálias e um anel, ele mostra que o filho voltou para o lugar de honra de onde não deveria ter saído. O jovem começa a falar as suas palavras ensaiadas, mas o pai não o deixa terminar! É seu filho que voltou!
E quando o pai diz que este filho estava morto, é porque ele estava morto sim, verdadeiramente morto espiritualmente. Havia caminhado para longe de seu pai.  É claro qeu Jesus está falando do Pai celestial e dos filhos que se afastam dele. E longe de Deus, só resta a morte. Jesus diz (João 5. 24): Quem ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou tem a vida eterna... já passou da morte para a vida.” A verdadeira morte só ocorre quando a alma é perdida. E este jovem estava morte mas foi reviveu.
E uma grande festa tem início.
Diante de tantas brigas familiares entre pais e filhos, marido e mulher, irmãos, quantos estão pintando este quadro para as suas vidas: um quadro de perdão, de alegria pela reconciliação? Infelizmente muitos têm deixado esta parte de lado em suas vidas, estamos todos carentes de perdão, de perdoar e de sermos perdoados. Mas o centro da parábola ainda não é este perdão que estendemos um ao outro. A história continua com o outro filho:

25 — Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança. 26 “O que é que está acontecendo?” 27 “O seu irmão voltou para casa...” 28 — O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora... 29 Mas ele respondeu: “Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. 30 Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!”
Ele está indignado com seu pai. Ele pensa que seu irmão não merecia a festa! Ele sim! Ele estava trabalhando no campo, como sempre fazia, cuidando de sua família, estando perto do pai. A música, a festa deviam ser para ele.
Amados, este é um outro filho que se afastou do seu pai! Este estava afastado do pai sem ter saído de casa. Ele não entendia de verdade qual era o desejo de seu pai. Ele não entendia porque seu pai havia dado uma festa para aquele que ele nem quer chamar de irmão, ele chama de “esse seu filho”...
Será que nós agiríamos diferente? Qual seria nossa reação se fosse nosso irmão que tivesse gastado tudo, que tivesse dado tamanha tristeza? Perdão? Assim tão fácil? Não.

31 — Então o pai respondeu: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. 32 Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado.”
“Meu filho!” “Minha criança!” O pai responde com ternura, com afeto a este filho. “Era preciso”, quer dizer, não havia outro modo de ser. Esta festa é para mostrar nossa alegria por seu irmão que estava morto, mas reviveu.
Será que este seria o quadro principal a ser pintado por nós? Do filho mais velho?
Meus queridos irmãos, nenhum de nós seria capaz de estender o perdão tão verdadeiro e sincero como aquele pai fez. Somente em Deus nós temos o perdão, e festa, e alegria, e até mesmo honra! Esta parábola nos mostra com certeza que não é o filho pródigo o centro; não é do filho gastando seu dinheiro com meretrizes, com pilhas de dinheiro em mesas de jogo, ou seminu cuidando de porcos, ou mesmo de joelhos arrependido, nem um quadro do filho mais velho. Este quadro é de outra pessoa:
Em uma galeria da Inglaterra (Sutherland) está o quadro mais famoso desta passagem bíblica: nele aparece um jovem pálido, quase morto, desgrenhado, sujo, extremamente magro, recebendo o abraço do seu pai. Esta parábola é sobre o pai que perdoa. Esta história é para sabermos que Deus realmente perdoa.

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