Queridos irmãos, um pastor chamado
David Martin Loiyd escreveu o seguinte:
Não
há parábola ou
discurso de nosso
Senhor que seja
tão conhecido e tão
popular como a
parábola do filho
pródigo. Nenhuma outra
parábola é citada
com mais freqüência
em discussões religiosas, ou
mais usada para
apoiar várias teorias ou
controvérsias em relação
a este assunto.
E é verdadeiramente
espantoso e admirável
quando observamos as inumeráveis
formas em que
ela é usada,
e a infinita variedade de conclusões a que afirmam que
ela leva...ela é usada
para provar toda
espécie de teorias
e idéias opostas. É bastante
claro, portanto, que a
parábola pode facilmente
ser manipulada ou mal
interpretada.
A
parábola do filho pródigo é uma das mais conhecidas no mundo todo. Se nós
fôssemos artistas e desejássemos pintar um quadro sobre esta história, que
imagem faríamos? Do Filho arrependido?
Do pai? Do filho gastando sua herança? Do filho mais velho? Para que
fosse possível decidir, precisaríamos compreender do que Jesus está falando ao
nos contar estas palavras. Ele está falando do filho gastador? Do seu
arrependimento? Do pai? Do filho mais velho?
11 — Um homem tinha dois filhos. 12 Certo
dia o mais moço disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê agora a minha
parte da herança.” 13 (Então), ajuntou tudo o que era seu e
partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado
e desperdiçou tudo o que tinha.
Por direito, o filho mais novo tinha direito a um terço da herança. mas
pedí-la significava que ele não desejava mais viver com seu pai, com sua
família. Ele fez uma escolha, ele queria viver a vida do seu próprio jeito, Ele
desejou a liberdade para aproveitar o que a vida tinha “de melhor”: farra,
festas, mulheres. O pai atende o pedido e o jovem juntou o que pode e partiu
para um lugar distante, onde ele poderia fazer o que quisesse, longe do olhar
do pai. Em meio ao pecado ele desperdiçou tudo o que havia ganho com mulheres e
festas.
Quantos jovens tem pintado o retrato das suas vidas assim? Quantos jovens
tem ignorado os conselhos e palavras dos seus pais, vivendo de acordo com suas
próprias vontades, perdendo sua juventude, seus dons e seus bens? Este é o
quadro que pintaríamos?
14 —
O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele
começou a passar necessidade. 15 (Então foi) tratar dos
porcos. 16 Ali, com fome, ele tinha vontade de comer o que os
porcos comiam... 17 Caindo em si, ele pensou:... 18 Vou
voltar para a casa do meu pai e dizer: ‘Pai,... 19 não mereço
mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.’ ”
20
Aqueles que
pareciam seus amigos, não o ajudaram. Quando veio o tempo da fome, ninguém
estava ao seu lado. Finalmente, este jovem é forçado a procurar trabalho. E
encontra naquilo que seria a coisa mais imunda para fazer: cuidar de porcos. Em
Israel não haviam criadores de porcos, pois a imundície era algo insuperável
para os judeus. Era impensável um judeu verdadeiro ter ou criar porcos. E este
jovem, no entanto, tem inveja dos porcos, porque eles tem o que comer, enquanto
ele passa fome. A que ponto ele chegou! A que ponto ele foi levado por sua
tolice! E no meio da sua mais profunda decadência ele se lembra do seu pai e
seus trabalhadores: eles tinham o que comer. Caindo em si, ele reconhece seu
erro, reconhece que falhou com seu pai, mas ele não tem mais pra onde ir. Ele
chega a ensaiar uma fala para o momento em que encontrasse seu pai. Ele parte
de volta pra casa pronto para pedir trabalho! Não perdão, mas sim trabalho.
Este jovem se considera indigno de pedir e receber perdão!
Quantos
homens e mulheres tem pintado os seus quadros hoje em dia desta forma:
reconhecendo os seus pecados, sabendo o quão grande eles são a ponto de não
saberem se tem perdão do Pai celestial! mas e qual é a resposta do pai na
parábola?
—
Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. ...correu, e o
abraçou, e beijou. 21 E o filho disse: “Pai, pequei contra
Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!” 22 —
Mas o pai ordenou aos empregados: “Depressa! Tragam a melhor roupa... Ponham um
anel... e sandálias... 23 ...Vamos começar a festejar 24 porque
este meu filho estava morto e viveu de novo...”
Ele vê o seu filho chegando e faz o que um pai amoroso faria: corre para
encontrá-lo ao longe; o abraça, o beija, dá ordens para que este filho seja bem
recebido de volta. Ele não se importa com a impureza tirual do filho, não se
importa por onde ele andou, o que fez, não se importa em como ele o maltratou
quando foi embora. Este pai da parábola simplesmente o ama e fica feliz por
tê-lo de volta. Ao mandar que dessem roupas, sandálias e um anel, ele mostra
que o filho voltou para o lugar de honra de onde não deveria ter saído. O jovem
começa a falar as suas palavras ensaiadas, mas o pai não o deixa terminar! É
seu filho que voltou!
E quando o pai
diz que este filho estava morto, é porque ele estava morto sim, verdadeiramente
morto espiritualmente. Havia caminhado para longe de seu pai. É claro qeu Jesus está falando do Pai
celestial e dos filhos que se afastam dele. E longe de Deus, só resta a morte.
Jesus diz (João 5. 24): Quem
ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou tem a vida eterna... já
passou da morte para a vida.” A verdadeira morte só ocorre quando a alma é
perdida. E este jovem estava morte mas foi reviveu.
E uma grande
festa tem início.
Diante de tantas brigas familiares entre pais e filhos, marido e mulher,
irmãos, quantos estão pintando este quadro para as suas vidas: um quadro de
perdão, de alegria pela reconciliação? Infelizmente muitos têm deixado esta
parte de lado em suas vidas, estamos todos carentes de perdão, de perdoar e de
sermos perdoados. Mas o centro da parábola ainda não é este perdão que
estendemos um ao outro. A história continua com o outro filho:
25 — Enquanto isso, o filho mais velho estava no
campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da
dança. 26 “O que é que está acontecendo?” 27 “O
seu irmão voltou para casa...” 28 — O filho mais velho ficou
zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora... 29 Mas
ele respondeu: “Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e
nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao
menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. 30 Porém
esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com
prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!”
Ele está indignado com seu pai. Ele pensa que seu irmão não merecia a
festa! Ele sim! Ele estava trabalhando no campo, como sempre fazia, cuidando de
sua família, estando perto do pai. A música, a festa deviam ser para ele.
Amados, este é um outro filho que se afastou do seu pai! Este estava
afastado do pai sem ter saído de casa. Ele não entendia de verdade qual era o
desejo de seu pai. Ele não entendia porque seu pai havia dado uma festa para
aquele que ele nem quer chamar de irmão, ele chama de “esse seu filho”...
Será que nós agiríamos diferente? Qual seria nossa reação se fosse nosso
irmão que tivesse gastado tudo, que tivesse dado tamanha tristeza? Perdão?
Assim tão fácil? Não.
31 — Então o pai respondeu: “Meu
filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. 32 Mas era preciso fazer esta
festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de
novo; estava perdido e foi achado.”
“Meu filho!” “Minha criança!” O pai responde com ternura, com afeto a
este filho. “Era preciso”, quer dizer, não havia outro modo de ser. Esta festa
é para mostrar nossa alegria por seu irmão que estava morto, mas reviveu.
Será que este seria o quadro principal a ser pintado por nós? Do filho
mais velho?
Meus queridos irmãos, nenhum de nós seria capaz de estender o perdão tão
verdadeiro e sincero como aquele pai fez. Somente em Deus nós temos o perdão, e
festa, e alegria, e até mesmo honra! Esta parábola nos mostra com certeza que
não é o filho pródigo o centro; não é do filho gastando seu dinheiro com
meretrizes, com pilhas de dinheiro em mesas de jogo, ou seminu cuidando de
porcos, ou mesmo de joelhos arrependido, nem um quadro do filho mais velho.
Este quadro é de outra pessoa:
Em uma galeria da Inglaterra (Sutherland) está o quadro mais famoso
desta passagem bíblica: nele aparece um jovem pálido, quase morto, desgrenhado,
sujo, extremamente magro, recebendo o abraço do seu pai. Esta parábola é sobre
o pai que perdoa. Esta história é para sabermos que Deus realmente perdoa.
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